terça-feira, 3 de abril de 2012

Estamos no bom caminho

Sinto que muitas empresas e instituições, bem como a opinião pública em geral, ainda não estão conscientes do grave problema do desequilíbrio da nossa balança externa e do quanto isso contribui para a actual crise económica e financeira ou, pior ainda, para o perigo que isso representa para a nossa liberdade, para a nossa democracia e até para a nossa identidade nacional. Vejo ainda muitos fóruns de discussão centrados na racionalização e redução de custos e despesas, ignorando por completo esta questão de importarmos mais do que exportamos.
A solução passa obviamente por aumentar exportações e reduzir importações. E isso compete a cada um de nós! Não vale a pena procurar um culpado pois, tal como expliquei na mensagem de 27 de Dezembro de 2011, todos somos cúmplices desta situação. Como dizia Stanislaw Jerzy Leg, numa avalanche nenhum floco de neve se sente responsável.
A simples redução ou racionalização da despesa não vai à essência do problema. Se, por um lado, comprarmos menos combustível, quase todo de origem estrangeira e, por outro, comprarmos menos pasta de papel, quase toda fabricada em Portugal, podemos ficar na mesma. Também não é por comprar um Honda em vez de um Audi que se diminui significativamente a despesa externa. Se a opção for comprar um Volkswagem da AutoEuropa isso, sim, já terá algum impacto. O valor do que produzimos valorizado e acarinhado pelos consumidores nacionais.
Continuo a não sentir essa atitude na maioria dos meus concidadãos nem na maioria dos membros do governo nem na maioria da comunicação social.
Mas ...
De acordo com os últimos dados do INE e do Banco de Portugal, estamos no bom caminho. A taxa de cobertura das importações pelas exportações registou no último trimestre de 2011 o valor de 79,5% (que era de 63,6% há um ano) e o valor global do défice comercial caiu sensivelmente para metade em apenas um ano.
Também o valor do investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal aumentou 200% em 2011 segundo dados revelados pelas Nações Unidas, o que indica uma forte probabilidade de geração de maior riqueza nacional a médio prazo.
É um sinal de esperança que terá certamente origem nas pessoas e organizações de bom senso, nacionais e estrangeiras, conscientes deste problema que, por um lado procuram novos mercados internacionais para os seus produtos e serviços e, por outro, evitam as importações dos bens que podem obter, com igual qualidade, no mercado doméstico.
E tu?
Está na hora de fazer um balanço sobre o desafio que te coloquei no início do ano, neste blog.
Estás a conseguir evitar gastar os teus 1.000 euros de compras ao estrangeiro?
http://portugalpodeprosperar.blogspot.pt/2011/12/vamos-poupar-mil-euros-por-ano-em.html
Fazes parte do movimento de esperança que acredita que Portugal Pode Prosperar?