sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vamos consumir mais Software nacional?

Num quadro de competitividade global, vários estudos apontam que as TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação, ocupam um papel vital. Desde a agricultura à indústria espacial, passando pelo sector financeiro ou dos serviços de saúde, tudo passa hoje pelos computadores e especialmente pela programação, para se conseguir posicionar um bom produto ou serviço como uma referência de mercado.
A programação ou, melhor dizendo, o software, é pois uma peça fundamental na cadeia de valor das empresas e das organizações da moderna economia mundial, tanto das empresas, organismos públicos ou mesmo associações.
Uma peça necessária mas não suficiente pois nem sempre o software está devidamente ajustado ao negócio ou actividade da organização e só algumas vezes, apesar da sua grande qualidade e elevado preço, consegue possibilitar o salto de produtividade necessário para pagar o investimento realizado. Este é um processo que nem sempre resulta à primeira, envolve normalmente alguma aprendizagem, alguma consultoria local e, por isso, acarreta sempre algum risco.
Quando este investimento é realizado na compra de um pacote de software, vindo totalmente do estrangeiro o custo e o risco são ainda maiores. Primeiro porque o know how para corrigir os erros de implementação está longe e é caro e, depois, porque a sua manutenção vai continuar a levar, ao longo dos anos, os nossos recursos financeiros para fora do país e a nossa dívida externa aumenta ainda mais.
Temos excelentes programadores e, sobretudo, excelentes empresas produtoras de software em Portugal. Algumas delas, como a Quidgest, desenvolvem tecnologias próprias para acelerar, com qualidade, até 10 vezes a sua velocidade de produção. Outras reunem-se em associações, como por exemplo o "login.pt" da ANETIE e exportam já hoje, no seu conjunto, para mais de 150 países em todo o mundo, e têm um volume de negócios total que ronda os 8.500 milhões de Euros.
Só um gestor muito inseguro e pouco consciente prefere comprar, em igualdade de circunstâncias, software de origem estrangeira e sofrer todas as consequências da sua adaptação a um mercado e a uma organização específica que é a sua, em vez de aproveitar a proximidade e o valor das competências nacionais e, assim, contribuir para a redução da nossa gigantesca dívida externa.



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