quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Balança Externa a equilibrar. Dependência tecnológica a evitar.


Estamos a navegar já com a cabeça fora de água! A nossa balança externa há muitos anos que não apresentava este bom aspeto positivo, embora tímido!


Em abril de 2012 escrevi neste blog um artigo "Estamos no bom caminho" e pelos dados atuais parece que era verdade.
portugalpodeprosperar.blogspot.pt/2012/04/estamos-no-bom-caminho.html 

As exportações são o principal motor da nossa recuperação económica. Em paralelo com a redução de importações elas são certamente a principal razão deste sucesso.

Parabéns a todas as empresas exportadoras! Continuem a mostrar ao mundo o nosso valor!

A manutenção deste equilíbrio externo e redução da dívida pública interna serão alguns dos próximos desafios.

Reduzir a dívida pública com um orçamento que prevê, logo à partida, um resultado negativo, parece-me obra impossível. Sonho com o dia em que possamos ter um orçamento do estado sem défice! Por outro lado reduzir este valor sem aumentar o desemprego não é uma tarefa fácil e por isso a única saída está na racionalização dos serviços. Precisam-se políticos corajosos e criativos!

As tecnologias de informação e comunicação são um fator importantíssimo para o sucesso desta caminhada, não só para tornar as instituições públicas ainda mais eficientes e centradas no cidadão, como para dar às empresas portuguesas, em particular às que exportam, um maior controle do seu negócio.

No entanto, muitas das empresas nacionais fazem ainda depender as suas operações do licenciamento de software proprietário estrangeiro, dispendioso e muito pouco ágil, tornando-as vulneráveis a concorrentes poderosos com maior agilidade. Dada a crescente dependência tecnológica das empresas, acredito que a sustentabilidade, a médio prazo, da nossa balança externa dependerá muito do nosso endividamento externo tecnológico. Um produtor e distribuidor de azeite ou papel nacional, que assenta todo o seu negócio numa plataforma tecnológica que não domina, está nas mãos do fornecedor dessa plataforma.

Há 30 anos "nacionalizávamos" os bancos, as telecomunicações, água e eletricidade, setores fulcrais para a manutenção da nacionalidade. Agora com o tsunami digital da desmaterialização e da globalização, toda a nossa economia depende quase totalmente da Intel, Microsoft, Oracle, Cisco, Apple, Google e de outros gigantes tecnológicos sem que possamos ter algum controle ou contrapoder. O dinheiro está já todo desmaterializado. Os dados das empresas (e do Estado) e respetivo alojamento, caminham nesse sentido. No caso de uma grave crise ou conflito com as tecnológicas poderemos deixar de ter dinheiro, comunicações, água e energia? E alimentos? E a privacidade? Quem sabe mais sobre Portugal e a economia portuguesa? O Estado, o Banco de Portugal, ou a Google?

Conto fazer um ponto de situação sobre este assunto daqui a algum tempo...

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