sábado, 12 de julho de 2025

Eletricidade refinada

Sabias que a eletricidade vendida nos postos de carregamento de automóveis elétricos é aproximandamente 3 a 5 vezes mais cara do que a vendida em casa, com tarifa normal. Não estamos a falar de 30 ou 50% mais. Estamos a falar de 200 a 400% mais. É um absurdo!

Se em casa o KWh custa aproximadamente 20 cêntimos, nesses postos custa entre 60 cêntimos a 1 euro, por vezes ainda mais. 

Só a Tesla (que eu saiba) tem valores nos seus SUC muito inferiores a estes e um serviço muito melhor.

Quando falamos em petróleo ou mesmo água, até se compreende que há custos de purificação/refinação, controle de qualidade, transporte e armazenamento mas quando falamos de eletrões não existe nada disso. Os eletrões são sempre iguais.

Então porquê este tipo de especulação de preços escandaloso no processo de revenda de eletricidade?

- Porque a eletricidade não se pode revender. 

Espantado? Pois é! Isso mesmo. Em Portugal, a revenda de eletricidade entre particulares, no sentido de um consumidor fornecer energia a outro, não é legalmente permitida.

Esta inovação simples descrita na imagem abaixo é proibida em Portugal porque a eletricidade é um bem que só alguns iluminados credenciados podem revender. Porque os eletrões são uma mercadoria especial e perigosa que só certos grupos estão capacitados para o fazer.

Este é o mesmo princípio do tabaco, do álcool, das drogas, dos veículos automóveis, dos combustíveis e até das transações financeiras. E por isso se criaram leis e impostos de forma a alimentar, com o nosso dinheiro, algumas empresas eleitas e o Estado com valores tão escandalosos quanto quiserem.

E ninguém diz nada?
Como dizia a minha tia Rosa: - Oh filho isso sempre foi assim, É a vida!

Pois é tia... mas o mundo pode ser melhor... se todos assim quisermos.

E o assunto ainda não fica por aqui. Neste caso, tal como no álcool ou drogas, também não se pode produzir para depois vender eletrões.
Como???
Eu não posso produzir eletricidade? Então e os painéis solares ou as turbinas eólicas?
Podes mas... com cuidado. O Sol, os telhados e os painéis também estão sob a mira destes "abutres". Há uma série de leis e regulamentos técnicos a cumprir e multas por aplicar a quem os desafiar.

A "nova" energia está aí, no ar, no sol, na água, na terra. E todos teoricamente a podemos hoje capturar gratuitamente com meios técnicos simples e económicos. Mas, na prática, só alguns podem ser donos e enriquecer à custa dela. Alguém que queira ficar off-grid, produzindo a sua própria energia, um dia irá certamente ser perseguido. E apelidado de negacionista ou outra coisa pior.

Estamos a entrar no final do ciclo do petróleo e já se estão a posicionar os mesmos de sempre para se apoderar de uma coisa que a Natureza nos fornece gratuitamente, em todo o lado. 


Os recentes campos de paineis solares são o exemplo de como o dinheiro come a inteligência ao pequeno almoço, pois não faz qualquer sentido a captura de energia solar num ponto e transportá-la para outro onde também há sol. O sol ou o vento não são petróleo nem gás que se capta só em alguns sítios. O modelo de negócio deve ser outro. Mas a hipnose coletiva deve demorar mais umas décadas a apoiar o modelo tradicional.

E as empresas de energia e o Estado agradecem este modelo da eletricidade refinada.

Para complicar ainda mais a situação é proibida a passagem de cabos elétricos na via pública, pelo ar ou pelo chão (mesmo que devidamente assinalados e protegidos) mesmo que a casa fique junto ao estacionamento, para que quem tem carro elétrico seja obrigado a carregar nos postos de eletricidade refinada, uns metros ou quilómetros mais adiante. Nem sempre disponíveis, nem sempre funcionais.

Concluindo: Ou tens garagem com tomada, ou pagas 3 a 5 vezes mais a energia elétrica, que é igualzinha à que tens em casa, para enriquecimento especulativo de empresas e do Estado.

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Nota: Uns dias depois de escrito este artigo foi publicada a nova lei da Mobilidade Elétrica:

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc25/comunicacao/noticia?i=novo-regime-da-mobilidade-eletrica-utilizadores-deixam-de-ser-obrigados-a-ter-contratos

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